Tendinopatias (Fascíte plantar, aquiles)

Tendinopatias (Fascíte plantar, aquiles)

Fasciíte Plantar

Sintomas:
Uma pessoa com fasciíte plantar queixa-se de dor na planta do pé e/ou de dor no calcanhar. O paciente pode dizer também que está com dor na planta do pé próximo ao meio.

É uma dor que inicia lentamente e que não está associada com um movimento específico, mas com freqüência é sentida após aumento no nível de atividade física do indivíduo, principalmente se for atleta.

No dia-a-dia do médico vê-se mais freqüentemente em pessoas após o uso prolongado de calçado que aperta o arco plantar e, em indivíduos idosos ou com excesso de peso que utilizam calçados que não oferecem suporte adequado ao arco plantar.

A dor piora ao levantar de manhã e os primeiros 10 a 12 passos são intensamente doloros até que a fáscia plantar e os músculos estejam alongados. A dor piora novamente à noite e após atividades esportivas que requerem corrida ou saltos ou mesmo ao colocar-se na ponta dos pés.

Sinais:
Ao exame, irá se encontrar dor a palpação da face interna do pé, próximo ao calcâneo, onde temos a inserção medial da fáscia plantar. Pode-se observar também sensibilidade difusa em toda face plantar medial do pé. O paciente ainda poderá sentir dor plantar quando se faz a extensão passiva do hálux (dedão do pé) ou quando se fica na ponta dos pés.

O esporão do calcâneo, quando ocorre, é em geral um simples achado pouco relacionado à dor. Trata-se a fasciíte sem considerar o esporão. Quando ocorre a ruptura completa repentina da aponeurose plantar, é como conseqüência de várias injeções locais de esteróides, na tentativa inadequada de tratar o problema.

Tratamento:
O tratamento mais importante para fasciíte plantar na fase mais aguda, é o repouso do pé na forma de atividade reduzida – ao ponto de usar muletas por alguns dias – e diminuir o estresse na fáscia plantar, usando temporariamente sapatos com solas rígidas ou bandagem adesiva no pé. O melhor prognóstico para o tratamento irá ocorrer quando este for introduzido o mais próximo ao início dos sintomas.

Também deverão ser realizados:
· Medicação antiinflamatória oral por poucos dias na fase dolorosa (indicada por vários médicos);
· Aplicação de frio intermitente – bolsa de gelo – na fase dolorosa;
· Fisioterapia com uso de ultra-som aplicando cortisona a 10%;
· Exercícios de relaxamento pós-isométrico específicos para a musculatura da panturrilha (também na fase dolorosa e mesmo após);
· A Acupuntura neurofuncional está bem indicada na fase mais aguda, até o resgate da função/movimento sem dor;
· Cirurgia é o último recurso raramente usado.

Medidas Preventivas:
A fasciíte plantar acontece geralmente por tração repetida com microlacerações da fáscia plantar, que produz degeneração inflamatória no local onde esta se fixa no calcâneo. Esta é uma conseqüência da perda progressiva da capacidade de resolução dos microtraumas pelo organismo.

Isto pode ocorrer em atletas que realizem corrida e salto e em atividades funcionais em que se caminhe excessivamente, com ou sem carga associada e uso de calçados funcionais inadequados. Existem algumas condições anatômicas que favorecem o surgimento da fasciíte como o pé plano e o pé cavum. Nestas duas condições haverá maior facilidade para que ocorram microtraumas.

Também pessoas idosas e indivíduos com obesidade terão tendência a ter pé plano por insuficiência da musculatura própria do pé e haverá assim sobrecarga sobre o arco plantar. Para estes indivíduos são especialmente importantes as medidas preventivas.

Medidas preventivas devem ser tomadas principalmente para os atletas e pessoas com determinadas características no pé, alem de pessoas que usam calçados funcionais e exerçam atividades funcionais onde haja muita caminhada e permanência de pé com ou sem carga. São elas:

Alongamento do tendão do calcanhar (músculos gastrocnemio e sóleo), principalmente para os atletas;
· Massagem na planta do pé;
· Uso de órteses próprias individualizadas (palmilhas) macias e que dêem suporte ao arco plantar (especialmente para os idosos e obesos);
· Alongamento de toda a musculatura posterior da perna e coxa.

Autora: Vera G. R. Sant’Ana, MD – CRM:14.979