Rinite alérgica
Rinite alérgica, conhecida popularmente por febre dos fenos, é um tipo de inflamação do nariz que ocorre quando o sistema imunitário tem uma reação excessiva aos alergénios no ar.
Os sinais e sintomas incluem congestão ou corrimento nasal, espirros e comichão nos olhos, que se podem tornar vermelhos e inflamados. O muco que escorre do nariz é geralmente límpido. Os sintomas têm geralmente início poucos minutos após a exposição ao alergénio e podem afetar o sono, a capacidade de trabalho e a capacidade de concentração. Nas pessoas alérgicas ao pólen, os sintomas geralmente ocorrem com maior intensidade durante determinadas épocas do ano. Muitas pessoas com rinite alérgica também apresentam asma, conjuntivite alérgica ou dermatite atópica. Os sintomas da rinite alérgica são semelhantes aos da constipação; no entanto, raramente duram mais do que duas semanas e não incluem febre.
O desenvolvimento de alergias é uma combinação de herança genética e de exposição a fatores ambientais. A rinite alérgica é geralmente desencadeada por alergénios ambientais, como o pólen, pelo de animais, pó ou bolor. O mecanismo subjacente envolve a ligação de anticorpos IgE ao alergénio, o que causa a libertação de químicos anti-inflamatórios dos mastócitos, como a histamina. O diagnóstico geralmente tem por base o historial clínico em conjugação com testes cutâneo-alérgicos ou análises ao sangue para detetar anticorpos IgE específicos. No entanto, estes testas apresentam frequentemente falsos positivos.
Crescer no meio rural e ter vários irmãos aparenta diminuir o risco. A exposição a animais no início da vida aparenta diminuir o risco de desenvolver posteriormente alergias ao pelo. Estão disponíveis vários medicamentos para alívio dos sintomas, incluindo esteroides nasais, anti-histamínicos como a difenidramina, cromoglicato e antagonistas do receptor de leucotrieno. No entanto, para muitas pessoas a medicação não é suficiente ou está associada a efeitos secundários. A exposição a quantidades cada vez maiores de alergénios, denominada por imunoterapia com alergénios, pode ser eficaz em casos graves. O alergénio pode ser administrado por via intravenosa ou como comprimido sublingual. O tratamento geralmente tem a duração de três a cinco anos.
A rinite alérgica é o tipo de alergia que afeta o maior número de pessoas. Nos países ocidentais, entre 10 e 30% das pessoas são afetadas todos os anos pela doença. É mais comum entre os 12 e os 40 anos de idade.
TRATAMENTO
MEDICAMENTOS
A medicação mais vezes utilizada nos casos leves a moderados são os anti-histamínicos orais que bloqueiam o receptor H1 da histamina, um dos principais mediadores responsável pelos sintomas. Alguns destes medicamentos são a terfenadina, astemizole, loratadina e fexofenadina.[22]
Em casos mais graves podem ser usados glicocorticóides por via tópica, que são mais eficazes nos sintomas nasais do que os anti-histamínicos. Em alternativa pode ser usado o cromoglicato, em especial nas crianças, já que estas podem sofrer mais facilmente dos efeitos adversos dos glicocorticóides.
Em pacientes que não respondam a esta medicação é por vezes equacionada a utilização sistémica de glicocorticóides (por exemplo a prednisolona), que geralmente causam um alívio rápido dos sintomas. A administração sistémica permite uma acção eficaz mesmo em situações de obstrução nasal completa (que limita a acção de medicamentos tópicos), embora a utilização de descongestionantes nasais de curto efeito antes da administração tópica também permita resolver este problema.
IMUNOTERAPIA
A prevenção e medicação são suficientes para controlar os sintomas na maioria dos doentes. Nos casos raros em que isso não acontece, pode ser sugerida uma forma de tratamento que consiste em injectar concentrações crescentes (iniciando com uma dose muito baixa) do alergéneo, que ao longo do tempo (habitualmente anos) é gradualmente aumentada. Esta forma de imunoterapia causa uma dessensibilização do sistema imunitário, que eventualmente deixa de montar uma resposta alérgica, ou pelo menos diminui a sua intensidade.
TERAPÊUTICAS ALTERNATIVAS
Uma grande variedade de métodos alternativos são usados para aliviar os sintomas e tratar a febre dos fenos, embora não haja evidências que suportem a sua utilização. Apesar de haver poucas evidências sobre a sua eficácia, algumas pessoas tentam tratamentos alternativos, incluindo ervas medicinais e suplementos. O extrato de petasites pode prevenir sintomas durante a primavera; no entanto, deve haver garantia que ao produto consumido foram removidas as substâncias potencialmente tóxicas. Existem evidências limitadas que a espirulina e a Tinospora cordifolia possam ser eficazes. São também usados outros produtos, incluindo capsicum, mel, vitamina C e óleo de peixe, embora não seja claro que benefícios é que apresentam. Algumas pessoas alegam que a acupuntura pode ajudar a tratar os sintomas, embora não haja evidências de que funcione.
PREVENÇÃO
Se o alergéneo for conhecido, é possível adoptar medidas para minimizar o contacto, e portanto as crises alérgicas. Estas medidas incluem:
- Manter os vidros do automóvel e dos edifícios fechados
- Usar óculos (por exemplo, óculos de sol)
- Evitar lugares abertos e com vegetação, principalmente durante o anoitecer e à noite
- Instalar um filtro de pólen no automóvel
- Informar-se sobre as contagens de pólen na atmosfera (em Portugal)
- Planear períodos de férias (junto ao mar ou no estrangeiro) consoante as épocas de polinização
- Evitar colocar roupas para secar no exterior, roupas úmidas coletam pólen que podem agravar a alergia
- A fumaça de cigarro pode agravar os sintomas da alergia
Como a febre dos fenos não é uma situação que ponha em risco a vida do doente, é controverso se medidas de prevenção devem ser recomendadas por rotina, já que a medicação é geralmente suficiente para controlar os sintomas sem afetar a qualidade de vida.
Cada planta tem um período diferente de polinização. As pessoas que são alérgicas ao pólen de bétula, por exemplo, sofrem de febre do feno durante os meses de sua reprodução.