Fibromialgia

A Síndrome Fibromiálgica é caracterizada por dor músculo-esquelética generalizada e crônica, sensação de fadiga, perturbações do sono, ansiedade, depressão. Não ocorre processo inflamatório articular ou muscular.

Hoje se sabe, que os pontos dolorosos palpáveis (no músculo, na junção músculo-tendinosa), não são somente os que preenchem os critérios de diagnóstico do American College of Rheumatology, que são 11 de 18 pontos, mas sim ocorre dor generalizada (alodínea ou hiperestesia) por mecanismos de ação do sistema nervoso central (aumento da excitabilidade de neurônios centrais e diminuição dos mecanismos inibitórios de dor).

Os pacientes tem hipersensibilidade associada a alterações da modulação da dor. Há diminuição da serotonina, alteração do sistema simpático entre outros distúrbios funcionais.
A Fibromialgia pode apresentar outros sintomas como dormências de membros superiores e inferiores, cefaléia, síndrome do colo irritável, inchumes e associações com outras doenças reumáticas.

Não há provas laboratoriais ou exames de imagem que a diagnostiquem. A idade média de acometimento é dos 29 – 55 anos.

A prevalência, segundo estudos internacionais é de 2% da população nos EUA e França, 4% na Espanha e 2,5% no Brasil. Acomete mais mulheres, na proporção de 7 a 9 – para 1 homem. O impacto na qualidade de vida e capacidade funcional é grande, mais de 30% das pessoas apresentam diminuição da capacidade laboral.

Em busca de melhores opções de tratamento, realizou-se em 2009 no Brasil, um consenso com especialistas médicos de diversas áreas, sobre as diretrizes de tratamento da Fibromialgia, onde foi concluído que a Fibromialgia deve ser reconhecida como um estado de saúde complexo e heterogêneo.

O tratamento medicamentoso não deve ser isoladamente recomendado. Tratamento complementar como exercícios, atividade física programada, assim como acupuntura e eletroacupuntura (que relaxam a musculatura e melhoram a funcionalidade), um sono reparador, dieta equilibrada e por vezes psicoterapia são importantes para a melhora da qualidade de vida.
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Autora: Sandra Regina Severino, MD – CRM: 7211

Alguns pacientes respondem claramente ao tratamento por acupuntura; portanto, é uma tentativa válida. As agravações transitórias por acupuntura parecem ser mais comuns entre pacientes com fibromialgia do que com outras condições, especialmente a partir da puntura de pontos sensíveis no músculo — é uma condição em que os acupunturistas devem ser cautelosos quanto ao tratamento de pontos sensíveis (outra é a síndrome da dor regional complexa).

A conduta mais sábia é utilizar tratamento gentil para alguns pontos principais em mãos e pés e, se possível, alguns pontos próximos aos sintomas, porém apenas se não forem muito sensíveis. Algumas autoridades recomendam apenas 30 segundos de tratamento com cada agulha. Caso isto seja necessário para iniciar uma resposta, então pode-se tonificar gradualmente, deixando as agulhas no local por mais tempo. Entretanto, se não houver uma reação forte ao primeiro tratamento, talvez seja melhor usar eletroacupuntura (EA) — a presente evidência sugere que isso será mais benéfico.

Os pacientes com fibromialgia geralmente possuem uma ou duas áreas distintas de dor miofascial, assim como dor generalizada de tecidos moles. Acredita-se que ter como alvo essa dor miofascial pode não apenas melhorar a dor localizada, mas resultar em alguma melhora generalizada na condição. Inicialmente, o tratamento deve ser cauteloso, pois a adesão será menor caso o dolorimento pós-puntura for excessivo.