Cefaleia de tensão
A cefaléia é um dos sintomas mais comuns nas clínicas médicas. Na população em geral 50% das pessoas tem cefaléia em um determinado ano e aumenta para 90% quando se pesquisa a presença durante toda a vida.
Enxaqueca (migrânea) e a cefaléia do tipo tensional (CTT) são os diagnósticos médicos mais freqüentes em pacientes com este sintoma. Outro diagnóstico freqüente é o da cefaléia cervicogênica e o da cefaléia miofascial que podem ocorrer isoladamente ou associados às outras doenças. A cefaléia tensional é mais comum que a enxaqueca, com prevalência ao longo da vida de 52%, e reduz a capacidade funcional do indivíduo.
A cefaléia também pode ocorrer secundariamente a outras doenças e, neste caso, é necessária uma investigação apropriada. Ela também pode ocorrer por uso abusivo de medicamentos. Pode ser episódica, quando ocorre no período de menos de 15 dias por mês, ou crônica quando por mais de 15 dias por mês em um período mínino de três meses. Nestes casos ela se torna mais incapacitante para o paciente.
CEFALÉIA DO TIPO TENSIONAL
A cefaléia do tipo tensional (CTT) é o tipo mais comum de cefaléia. Pode ser episódica ou crônica. A episódica ocorre muito freqüentemente (80% ao longo da vida).
A CTT caracteriza-se por crises de cefaléia de leve a moderada intensidade, geralmente descrita como sendo em pressão ou aperto (não-pulsátil), que não pioram com a atividade física rotineira, como caminhar ou subir escadas. A dor dura de horas a dias e é predominantemente bilateral.
No exame do paciente, a palpação da musculatura ao redor da cabeça pode revelar aumento da sensibilidade dolorosa, sendo esse o achado mais comum em CTT. Como a CTT crônica está freqüentemente associada ao uso excessivo de medicações analgésicas, isto deve ser levado em conta em todos os pacientes com aumento no número de dias de cefaléia.
Tratamento
• Tratamento com medicamentos específicos
• Acupuntura Neurofuncional (Neuromodulação por eletroestimulação de nervos periféricos)
• Técnicas de manipulação
• Exercícios de relaxamento pós-isométricos
• Terapia psicológica e comportamental
As estratégias terapêuticas devem ser adaptadas para cada caso de acordo com o relato do paciente e o diário de cefaléia.
CEFALÉIA POR USO EXCESSIVO DE MEDICAMENTO (CEM)
Cefaléia por uso excessivo de medicamento é uma cefaléia crônica induzida por consumo de analgésicos ou outros fármacos para migrânea aguda ou para a cefaléia do tipo tensional.
Pode ocorrer se o medicamento é utilizado em mais de 10 a 15 dias por mês. A interrupção do uso das medicações é a única maneira de resolver esta cefaléia.
Em centros especializados, dentre os pacientes com cefaléia diária, CEM é uma das causas mais freqüentes sendo tal diagnóstico considerado em cerca de 50% dos casos.
Quais são as características da CEM?
A cefaléia bilateral é mais freqüente (comparada com a migrânea, mais unilateral). A dor é em aperto ou em pressão não sendo tipicamente pulsátil, como na migrânea.
Quais são as conseqüências do uso excessivo de medicamentos por cefaléia?
É descrito que as conseqüências da cefaléia são maiores em pacientes com CEM, o que leva a uma pior qualidade de vida. Pacientes com outros quadros de dor (dor crônica músculo-esquelética, doenças reumatológicas) também podem desenvolver cefaléia por uso excessivo de medicamentos devido à ingestão diária de analgésicos, especialmente se tais pacientes já tiverem história de cefaléia primária. Na maioria dos casos, o abuso de medicamento não é uma drogadição/vício a determinada substância.
O que precisa ser feito?
As diretrizes atuais sugerem a retirada, imediata ou gradual, do analgésico em uso excessivo. Para os pacientes em uso excessivo de opióides, benzodiazepínicos ou barbitúricos é recomendada a suspensão da medicação em abuso em regime de internação, em centros com acompanhamento multidisciplinar, pelo efeito psicotrópico destas substâncias. É necessário então, introdução de medicação profilática adequada para o tipo de cefaléia original.
• Tratamento preventivo farmacológico no caso da migrânea crônica se esta for a cefaléia primária subjacente. Pode haver melhora da eficácia da profilaxia farmacológica, neste caso, com a retirada da medicação em uso abusivo.
• Tratamento não medicamentoso da cefaléia: Acupuntura Neurofuncional e as outras medidas já citadas anteriormente.
Autora: Maria da Graça Soares Bahú, MD, MSc – CRM: 9205
Procura-se PGM relevantes em pescoço e ombros. Provavelmente sejam encontrados nos trapézios: estes, os músculos cervicais posteriores e os músculos suboccipitais devem ser examinados sistematicamente. Além disso, o esternomastóideo refere dor para as regiões temporal e da orelha. Algumas vezes, a história da localização da dor fará com que seja possível diagnosticar o músculo que abriga o PGM. Examina-se o pescoço com o paciente sentado, mas trata-se o paciente deitado: observa-se que os PGM nos músculos posturais podem não ser tão fáceis ser atingidos com o paciente deitado.
Os pontos tradicionais comumente utilizados para tratar cefaleia do tipo tensional são VB-20 e VB-21.
IG-4 e IG-3 são pontos extrassegmentares úteis para tratar cefaleia tensional e podem apresentar efeitos reguladores centrais que poderiam ser benéficos caso a ansiedade seja proeminente.