Eletroacupuntura
Origens
A EA evoluiu na sua forma moderna nos anos 1950 , especialmente para uso em cirurgias. Quando a acupuntura foi utilizada pela primeira vez para analgesia, os anestesistas tinham que ficar girando as agulhas manualmente durante toda a cirurgia; por isto desenvolveram o aparelho de EA para facilitar dessa tarefa. Embora a analgesia com EA inicialmente fosse bastante empregada na China e tenha causado grande interesse no Ocidente, depois surgiu um quadro mais claro de seu verdadeiro valor: a EA pode auxiliar a reduzir as exigências das drogas analgésicas durante a cirurgia e no pós-operatório, pacientes ganham um aumento considerável no limiar de dor.
Quando Médico decide utilizar a EA insira as agulhas da maneira usual, porém planeje o posicionamento delas de modo que os pares de agulhas possam permanecer conectados com os pares de condutores do aparelho. A maioria dos aparelhos oferece três ou quatro pares de condutores que podem ser conectados ao mesmo tempo. Para tratar áreas de dor, as agulhas podem ser conectadas em todo o local para “inundar” a área com corrente. Ao se tratar um PGM(ponto problemático(ver artigo PGM)), um condutor se conecta ã agulha no ponto, e seu par a uma agulha neutra em qualquer outro local.
Um acupunturista verifica duas vezes se o aparelho está desligado antes de conectar os condutores, e então aumenta gradualmente a intensidade do tratamento enquanto avalia o que o paciente sente. Os dois parâmetros que podem ser controlados são a frequência e a intensidade:
- Frequência. Varia de 2 a 80 ou 100Hz. O arranjo mais comum é o período de três segundos, alternando entre 2 a 4Hz e 80 a 100Hz. Esse padrão é designado para prevenir a acomodação nervosa e para maximizar a variedade de neurotransmissores liberados.
- Intensidade da corrente elétrica. Aumenta-se a intensidade a partir do zero, lentamente; num primeiro momento, aumenta-sa até que o paciente tenha consciência disso e, então, mais adiante, até que cause contração muscular ou se torne o máximo que o paciente seja capaz de tolerar confortavelmente. Ao empregar duas frequências alternantes, o paciente pode sentir uma frequência, mas não a outra, o que é particularmente útil quando o aparelho permite separar os contextos de intensidade para cada frequência.
O tratamento costuma ser fornecido por aproximadamente 20 a 30 minutos. A resposta pode diminuir após os primeiros minutos, caso em que a intensidade deve ser aumentada novamente. Alguns pacientes podem desejar, e ser capazes de, ajustar a intensidade por eles mesmos. Ás vezes, a intensidade repentinamente fica forte – em geral porque o paciente se moveu, presumivelmente trazendo a agulha próxima a um nervo.
Segurança da eletroacupuntura
A EA não deve ser usada caso o paciente esteja nervoso acerca da estimulação elétrica. Não utiliza-se a EA em áreas de denervação sensorial.
É questionável se a EA pode afetar a função do sistema de condução do coração ou de marca-passos artificiais. Relatou-se um caso, no qual o traçado do eletrocardiograma (ECG) foi interpretado demonstrando que um marca-passo cardíaco foi afetado pela EA (Fujiwara et al., 1980); contudo, esta pode não ser a interpretação correta. Cálculos indicam que a EA apenas gera uma carga elétrica, em torno do coração, de um décimo do máximo recomendado pela Food and Drug Administration (FDA). Os fatores que controlam a intensidade do campo elétrico – tipo de corrente, espessura da pele e profundidade de inserção – ainda não são conhecidos, então e sensato ter cautela.
Sensibilidade individual do paciente
Os pacientes variam quanto à resposta a acupuntura, e alguns experimentam pontualmente sentimentos de fadiga ou mal-estar ou agravamento dos sintomas.
Não existe forma definitiva de antecipar quem irá reagir intensamente, portanto, a conduta mais sensível consiste em um ensaio terapêutico com todos os pacientes: não estimulamos demasiadamente no primeiro tratamento e, então, se não tiver havido reação, aumenta-se a intensidade nos tratamentos subsequentes. Como orientação geral, seria seguro iniciar com não mais que seis-dez agulhas, estimuladas uma vez e deixadas não além de 10-15 minutos.
Alguns pacientes apresentarão reação intensa até mesmo a este cauteloso tratamento e, então, é sensato discutirmos com eles as opções terapêuticas: tanto para fornecer um tratamento mais suave da próxima vez (tratamento mínimo com uma agulha de pequeno diâmetro retida por apenas 30 segundos) como para abandonar o tratamento.
Conduzindo o curso de tratamento
A acupuntura costuma ser fornecida como um curso durante o qual seu efeito se acumula. Contudo, condições musculoesqueléticas relativamente agudas, incluindo os PGM e outros acometimentos de tecidos moles que falharam em se curar após (digamos) seis semanas, podem responder depois de apenas um ou dois tratamentos.
O segundo tratamento e os tratamentos subsequentes são conduzidos pela resposta aos anteriores. Com muita frequência paciente terá observado algum benefício, mas este não perdurou. Repete-se o tratamento com uma dose levemente aumentada para obter benefício acumulado para efeitos mais profundos e de maior duração.
Para a maioria das condições, pacientes e acupunturistas devem estar preparados para se comprometerem em um curso de aproximadamente seis a oito tratamentos-menos nos casos em que os sintomas sejam de início recente e limitados a uma área, porém mais para tratar condições crónicas ou extensivas. Quando existe uma doença como a artrite, o tratamento provavelmente tenha que ser continuado com “recargas” em intervalos crescentes, primeiro mensalmente, mas depois com menos frequência.
Nem todos os pacientes respondem à acupuntura, é claro. Caso não haja resposta na primeira sessão, verifica-se a história e o exame, então aumenta-se a intensidade do tratamento. Ainda não existindo resposta, e’ válido modificar a conduta de tratamento – acrescentando pontos extrassegmentares ou centrais, por exemplo, ou acrescentando a EA. Se não houver sinal de resposta nas primeiras quatro sessões, a maioria dos profissionais irá abandonar a acupuntura; embora alguns argumentem que certos pacientes podem não começar a responder até que tenham sido submetidos a seis sessões.